Continuação do Texto

Aquela tarde foi realmente estranha. Mesmo assim, acabei passando meu dia 25 de Dezembro com minhas amigas. Não voltei a chegar perto daquela foto. Não que estivesse com medo. É claro que era imaginação. Mas por precaução, não a olhei de novo.
Meu pai só chegou mais tarde. Como bombeiro, tinha ficado a véspera comigo, mas hoje já tinha voltado para o trabalho. Nunca se sabe quando pode se acontecer um incêndio. Jantamos, eu fingindo estar prestando atenção na história que ele me contava tinha salvado uma garotinha dem um incêndio. Não me leve a mal. Eu sempre ouvia meu pai, mas hoje estava muito estranha mesmo.
Antes de dormir, acabei tomando um remédio para dor de cabeça. No final das contas, acabei dormindo bem. Eu realmente precisava de uma boa noite de sono.
De manhã, após descansar, levantei da cama realmente disposta. Dei uma espreguiçada, pensando que aquilo só podia ter sido imaginação. Com certeza. Como sempre, eu estava errada. Assim que olhei para minha pequena estante, lá estava aquela foto. Quem a tinha colocado ali? Meu pai não entra no meu quarto e eu não a queria ver por perto. Felizmente não aconteceu nada só por eu olhá-la.
Catei-a na mão. Era a fotografia de um dia simples em uma lanchonete, tirada pro Bianca. Eu e ele dividíamos o mesmo milk-shake. Foi realmente um dia divertido. Como uma bobona, sorri para a foto. Fábio tinha um cabelo castanho escuro, mas a pele era incrivelmente clara. Seria realmente muito bom se ele ainda estivesse conosco e não tivesse acontecido nada para estarmos separados.
Fechei os olhos e pensei nele. A última coisa que lembro foi que apertei a foto muito forte e senti um leve tremor ao meu lado. Quando eu abri meus olhos, achei que estaria em outro lugar. Mas continuava em meu quarto, com apenas uma diferença. Fábio estava de olhos fechados a apenas alguns centímetros do meu rosto, como se estivesse prestes a me beijar.

Gritei e cai para trás, assustada. Com o berro, ele abriu os olhos e também saiu para trás assustado.
--- O que é isso? --- Ele gritou para mim.
--- E-eu não sei? Acha que fiz de propós... ---De repente eu me toquei. --- Você ia beijar alguém!
Eu percebi que ele ficou levemente vermelho.
--- Isso não é da sua conta, Lia. --- Ele disse, agressivamente.
--- Claro que é!
--- Você sabe o que houve! Não quero tocar nesse assunto. Agora me diga, como me trouxe aqui? A segundos eu estava na Itália!
Eu senti algumas lágrimas caindo.
--- Não sei. Eu apertei essa foto e pensei nela. De repente você estava aqui.
Ele olhou para foto e sua expressão pareceu suavizar. Por um momento, pareceu que ele ia dizer algo, mas desistiu. Ficamos um bom tempo em silêncio.
--- E agora? Como vou voltar? Você sabe que estamos no meio de uma tempestade e o aeroporto está bloqueado. Do mesmo jeito, ir para a Itália de avião não é barato. Sabe quanto vai dar para voltar lá de novo? E como vamos entender isso que você acabou de fazer?
Eu simplesmente não respondi.
--- Deixe. --- Ele caminhou até a porta. --- Estou indo. Vou falar com a minha mãe, mas pode deixar, não vou tocar neste estranho acontecimento de agora. Invento uma desculpa.
Antes que ele descesse a escada, eu tive uma ideia.
--- Espere. Eu pego o dinheiro da minha conta e você poderá voltar para lá.
--- Com certeza não. Eu sei que é o dinheiro que vocês guardam faz tempo para ajudar sua mãe, Lia. Não quero recebê-lo. Vocês precisam pagar as contas do hospital.
Por mais que eu quisesse ajudar, ele tinha razão.
--- Então deixe ir com você. Podemos resolver alguma coisa.
--- Lia, acho melhor não. Não estamos mais juntos. Além do mais, tenho que inventar uma desculpa para Dafne.
Dafne? Essa era a garota? Com essa frase, ele me deixou sentada na cama e desceu as escadas. Pude sentir uma pequena lágrima rolar pelo meu rosto.

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Aê gente! Essa é a parte 2!
Eu só vou trazer a próxima em janeiro, vou viajar :*
Obrigado por acompanharem!