Pequeno texto...

A neve caía pesada lá fora. Por mais que tentasse, eu não conseguia dormir. Meus olhos deveriam estar uma eca. Poderiam ter se passado horas com eu na cama, olhando para o teto, até que finalmente decidi levantar e fazer algo. Calcei minha pantufa (presente dele) e fui para o banheiro.
E estava certa. Olhando para o espelho percebi como estava horrível. Meus cabelos ruivos estavam definitivamente uma bagunça e meus olhos, antes lindos verdes, com horríveis olheiras. Eu parecia um mostro, ainda mais por que ficava branquíssima com o frio.
Peguei uma toalha e entrei no banho. Como sempre, água quente me levantava o astral. Depois de muitas meditações no banho, desliguei-o e fui me arrumar. Ora, eu tinha que tentar falar com ele. Tentei deixar meu cabelo decente e passar uma leve maquiagem para esconder minhas olheiras.
Assim que tentei abrir a porta, o vento gelado me trouxe as lembranças. Não conseguiria encará-lo novamente. Por que tudo tinha que ser tão difícil? Olhei para o telefone. Será que falar indiretamente minha cabeça aguentaria?
Antes que perdesse a coragem eu digitei seu telefone. Pareceu uma eternidade de Tu, Tu, Tu's no telefone quando finalmente atenderam.
--- Alô? --- Eu quase tive um chilique, mas não era a voz que eu queria. Era de uma mulher, provavelmente a mãe dele.
--- Ah... er, será que eu poderia falar com o Fábio? --- Perguntei, toda desgonçada por ligar tão cedo. Como sou idiota. Manhã de natal e ainda 7 horas. Ela devia estar fula comigo agora por tê-la acordado.
--- Desculpe, ele viajou para as festas de fim de ano. Ele volta agora só no período da escola. --- Ela disse tranquilamente.
Meu coração pareceu se encolher muito rápido. Então ele voltaria só daqui um mês. Eu aguentaria? Provavelmente ele sim. Estava tão magoado comigo a ponto disso?
--- Obrigada --- Agradeci e desliguei.
Olhei para a sua foto que ele me dera e rapidamente senti saudades. Como queria estar lá com ele, ou ele aqui. Fechei os olhos, apertando a foto e de repente o mundo pareceu parar. Estava literalmente balançando. Um terremoto? Não, as coisas não se mexiam, era só eu, minha mente. Tudo pareceu se embaçar. Era como se meu desejo estivesse se realizando, como se eu tivesse o poder de me transportar para lá...
Mas eu fiquei com medo. Larguei a foto e tudo parou. Eu tinha tanta certeza que em mais alguns segundos eu estaria lá com ele.
Eu podia muito bem voltar para cama e raciocinar durante horas, me xingando por não ter pego o número de seu celular e por eu ser tão louca de ter imaginado aquilo, mas a companhia tocou. Merda, eu teria que receber alguém.
--- Oooi! --- Assim que abri a porta foi atropelada por um longo abraço. Era Bianca, minha amiga de descendência japonêsa. Atrás dela vinha outra amiga, não tão chegada, Sofia, de cabelos claros.
--- Percebemos como você estava deprê e viemos tentar animá-la. --- Explicou Sofia, também entrando na minha casa sem eu se quer falar nada.
Tudo bem, eu podia fazer isso às vezes, mas eu realmente não estava com cabeça para visitas. Entretanto, Bianca foi para a sala levando uma jarra de chocolate-quente que fez meu estômago pular. Eu necessitava de algo assim, então acabei concordando com a visita delas.
--- Que tal você contar o que houve entre vocês dois enquanto tomamos esse chocolate? - Sugeriu Bianca.
Elas eram minhas amigas. Podia ser.
--- Claro - falei.
Antes de ir para sala, dei uma olhada naquela fotografia. Será mesmo que eu ia me transportar para lá? Ok, eu necessitava de um psicólogo urgente. Aquilo tinha que ter sido minha imaginação louca. Ou não?

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Gostaram do meu primeiro texto?
Eu devo continuar?
Ah, Feliz Natal atrasado aí!
=D